
Investigadores da Nova FCT descobrem novo crocodilo marinho em Angola



Uma equipa internacional de paleontólogos, liderada por Arthur Maréchal, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT), anunciou a descoberta de uma nova espécie de crocodilo marinho pré-histórico na costa de Angola. O fóssil foi escavado em 2017 junto à localidade de Bentiaba, na província do Namibe, uma zona de reconhecida importância para a paleontologia marinha africana.
O exemplar, que foi preparado e estudado no Museu da Lourinhã, pertence à família Dyrosauridae, um grupo de grandes répteis marinhos aparentados com os crocodilos modernos.
A análise dos ossos fossilizados, que incluem parte do crânio, permitiu posicionar o animal na subfamília Hyposaurinae, revelando um focinho alongado e adaptado à vida marinha.
Trata-se de um dos mais antigos e meridionais representantes deste grupo já identificados.
A principal importância desta descoberta, cujos resultados foram publicados no Zoological Journal of the Linnean Society, reside no facto de desafiar a teoria de que os Dyrosauridae apenas floresceram após a extinção em massa que dizimou os dinossauros há 66 milhões de anos.
A existência deste fóssil comprova que estes crocodilos marinhos não só já estavam bem estabelecidos nos mares do sul antes do evento catastrófico, como também conseguiram sobreviver-lhe.
Segundo os investigadores, esta conclusão oferece uma nova perspetiva sobre a resiliência da vida nos oceanos durante períodos de crise global e sugere que a ausência de registos mais antigos se poderá dever a um registo fóssil incompleto.
A descoberta reforça Angola como uma região crucial para o estudo dos ecossistemas do Atlântico Sul no final do período Cretácico.
As rochas de Bentiaba continuam a fornecer vestígios raros de répteis marinhos antigos, como mosassauros e plesiossauros.
Para ilustrar este mundo perdido, o paleoartista Victor Carvalho criou uma reconstrução artística do crocodilo no seu habitat.
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